segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Moda online: tendência além das passarelas

Especialista diz em artigo que o segmento de moda é o que mais crescerá no varejo online no Brasil.

Adriana Bello*

Uma das indústrias mais fortes, a moda, ainda não conseguiu levar todo o seu poderio para o mundo online. Até mesmo as grandes grifes têm tido dificuldade para emplacar na internet, já que a maioria das vendas de vestuário ainda é feita em lojas físicas. Porém, não se engane: esta é uma das categorias que mais crescerá no varejo online no Brasil.

O desafio é grande, mas os números mostram esta tendência. O segmento já ocupa o 5º lugar no ranking das categorias que mais vendem na web no Brasil – até 2009, ele não estava nem entre os 20 primeiros, segundo o e-bit. Estima-se também que o e-commerce de vestuário brasileiro cresça 30% ao mês até 2016.

Todo este crescimento não se deve somente à criação de lojas dedicadas às roupas e acessórios, aos outlets virtuais e clubes de compra. É também um claro reflexo da mudança no comportamento do consumidor brasileiro, que cada vez mais tem experimentado e aprovado a experiência de comprar pela internet. Afinal, poder conhecer uma coleção inteira sem sair de casa, nem se sentir pressionado pelos vendedores, selecionar apenas o estilo e tamanho que se deseja ver e, com poucos cliques, visitar e comprar em diferentes lojas, abertas 24 horas por dia, são comodidades invejáveis e que somente o comércio eletrônico proporciona.

Com todas essas qualidades, por quê os brasileiros ainda não foram conquistados de vez? Em geral, reclama-se da falta de padronização nos tamanhos, do receio de não poder fazer trocas e da insegurança em relação a clonagem e roubo de dados quando se usa o cartão de crédito.

A boa notícia é que já existem alternativas para solucionar estes pontos. As lojas podem apresentar uma tabela de medidas com as dimensões das peças (em vez dos enigmáticos P, M e G) e optar por mostrar fotos das roupas em manequins humanos onde é possível ver o caimento da peça. Para devoluções, recomenda-se estabelecer um programa especial de trocas, com regras claras e simples, seguindo também a legislação que garante ao consumidor o direito de arrependimento em até 7 dias.

Oferecer uma forma de pagamento segura, que proteja os dados do cliente e incorpore facilidades presente no mundo físico, como o parcelamento, é regra fundamental para quem tem uma loja online de qualquer segmento.

Eu também recomendo que os esforços ultrapassem as fronteiras dos carrinhos de compra. As redes sociais podem ser usadas para apresentar coleções e tendências, divulgar promoções, descontos, prestar atendimento ao consumidor e favorecer a criação de uma comunidade ativa de clientes e   de fãs.

Tenho observado marcas do mundo todo atuando com criatividade no Pinterest, rede social com mais de 10 milhões de usuários, que estimula o compartilhamento de imagens e tem a moda como um dos temas mais populares. No Pinterest, 70% dos cadastrados são mulheres – público fiel da moda.

O comportamento do consumidor está mudando e a conveniência da compra online deixando de ser um mundo desconhecido pelos brasileiros. Pequenas, médias e grandes lojas devem estar preparadas para aproveitar este momento positivo e desafiador para tentar conquistar seu espaço e crescer junto com o mercado.

* Adriana Bello é diretora geral de produtos do PayPal para a América Latina

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