domingo, 22 de fevereiro de 2015

Olheiras: causas e tratamentos

A dermatologista Dra. Daniela Pimentel explica como as olheiras aparecem e qual o tratamento indicado

Também chamada de hiperpigmentação periorbital, a olheira é uma diferença de cor entre a pele da pálpebra e o restante da pele da face. Por ser uma região do corpo que fica muito exposta, pode provocar importante impacto na qualidade de vida das pessoas, ao produzir aparência de cansaço e envelhecimento.

Existem dois tipos: a vascular e a melânica. “Acredita-se que a maioria possua componente misto, sendo a melanina e a hemossiderina encontradas em quase todos os tipos de olheira, em maior ou menor grau”, diz a dermatologista Daniela Schmidt Pimentel.

A predominantemente vascular tem padrão de herança familiar e costuma aparecer mais precocemente, ainda na infância ou na adolescência. É mais comum em pessoas de grupos étnicos como árabes, turcos, indus e ibéricos. O diagnóstico dessa modalidade de olheira é feito tracionando a pálpebra inferior para baixo para melhor visualizado dos vasos sanguíneos da região. Segundo a Dr. Daniela, “neste tipo de olheira não há mudança da cor da pele, mas a pálpebra fica mais escurecida devido a visualização dos vasos dilatados, por transparência, já que a pele da região é a pele mais fina do nosso corpo. Além disso, pode ocorrer depósito de hemossiderina, que extravasa dos vasos sanguíneos”.

O tabagismo, o álcool, sedentariamente, respiração bucal (comum em pacientes alérgicos) asma, rinite e outras alergias, privação do sono, uso de medicamentos vasodilatadores, colírios a base de análogos das prostaglandinas, quimioterápicos e antipsicóticos são fatores que podem contribuir nesse processo por meio dos vasos sanguíneos, levando mudança da cor da região. A presença de doenças que levam a retenção hídrica e edema palpebral (doenças da tireoide, doenças cardíacas, doenças renais e algumas doenças pulmonares) ocasionam piora do aspecto das olheiras.

Já a olheira predominantemente melânica geralmente ocorre em pessoas mais velhas, que têm pele mais morena, podendo entretanto ocorrer em qualquer tipo de pele, como consequência de excessiva e cumulativa exposição solar.

“Outro fator que pode colaborar com a olheira é a alteração da anatomia da região, em alguns pacientes pode ocorrer depressão da pele do local, pois com a idade, acontece uma redistribuição da gordura da face, e a região da pálpebra inferior pode se tornar deprimida, e associada a flacidez da pele, piora o aspecto das olheiras”, explica a dermatologista.

O tratamento ideal deve incluir a suspensão dos fatores desencadeantes, quando identificados, remoção da hemossiderina e ou da melanina depositadas nas áreas, com o uso de cremes com princípios ativos que tem esta função, laser, luz pulsada, peelings e fotoproteção, lembrando que o sol pode piorar o aspecto das olheiras. 

Quando a alteração anatômica está presente, o tratamento é realizado com preenchedores de ácido hialurônico, que têm a função de melhorar o aspecto deprimido da área.

Dra. Daniela Schmidt Pimentel
Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro com Residência Médica em Clínica Médica pela Universidade de Santo Amaro e -Residência Médica em Dermatologia pela Universidade de Santo Amaro - Serviço Dr. Luís Carlos Cucé, possui Título de Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. É membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), médica assistente e colaboradora do Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro. A especialista também integra o corpo clínico do Hospital Sírio Libanês e da Clínica Ephesus, em São Paulo.

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