domingo, 26 de março de 2023

Harmonização facial é tendência e polêmica

Em contraponto às aparências exageradas e artificiais destacadas na mídia, harmonização facial pode conferir resultados naturais e satisfatórios, desde que seja indicada corretamente por um médico devidamente experiente e certificado, segundo alerta a Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS)

Entrar no Big Brother Brasil é um grande marco na vida dos participantes. Mas, ainda que não vençam, a trajetória dos Brothers na mídia dificilmente acaba com a eliminação: enquanto alguns decidem tentar a carreira de artista, outros ganham destaque como influenciadores. Mas, independentemente do caminho escolhido, parece existir um ponto em comum na trajetória da maior parte dos ex-BBBs: a realização de procedimentos estéticos. 

Paula Freitas (foto), Bruno Gaga e Cristian Vanelli são alguns dos participantes que realizaram a famosa harmonização facial recentemente, logo após a eliminação. Consequentemente, o procedimento tem ganhado a atenção do público, principalmente devido aos resultados polêmicos, com rostos artificiais e cheios de exageros sendo destacados na mídia. 

A Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS) reforça que os resultados da harmonização facial, assim como de qualquer procedimento estético, dependem da técnica empregada, da indicação correta e da experiência do médico responsável, sendo perfeitamente possível conquistar um efeito natural e satisfatório. “É comum que a harmonização facial seja citada como um procedimento específico que é realizado da mesma maneira em todas as pessoas. No entanto, essa informação é incorreta e pode levar a resultados exagerados. Na verdade, a harmonização facial é um termo criado para definir um conjunto de tratamentos estéticos que visam melhorar as proporções da face para torná-las harmônicas sem prejudicar a aparência do paciente”, enfatiza a cirurgião plástico Dr. Daniel Lobo Botelho, presidente da BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons).

Dessa forma, o primeiro passo para conquistar resultados satisfatórios com a harmonização facial é uma avaliação detalhada do rosto do paciente por um cirurgião plástico. A BAPS reforça que um exame clínico adequado deve visualizar a face como um todo, levando em consideração a estrutura óssea, o estado de tecidos, como gordura e músculos, e a qualidade e aparência da pele, além da proporcionalidade entre os segmentos da face. “Na maiora das vezes, a queixa do paciente foca apenas em uma estrutura específica do rosto, quando, na verdade, o incômodo vem da falta de proporção entre diversas estruturas que compõem a face, o que deve ser identificado pelo médico”, acrescenta o Dr. Daniel Botelho. 

A decisão entre os diversos procedimentos dependerá do objetivo da harmonização facial, que pode ser realizada com diferentes finalidades: beautification, para pacientes ainda jovens que querem tornar o rosto mais proporcional; antienvelhecimento, que visa melhorar os primeiros sinais da idade; e rejuvenescimento, para restaurar estruturas importantes que sofreram alterações com o passar dos anos, levando ao processo de envelhecimento.

Com todas essas informações em mãos, o cirurgião plástico poderá definir quais técnicas serão utilizadas. “Na maioria dos casos, a harmonização facial é realizada através da aplicação de preenchedores injetáveis de ácido hialurônico, que têm como objetivo nivelar os sulcos e dar volume às regiões da face, principalmente maçãs do rosto, mandíbula e lábios. Porém, dependendo da queixa do paciente, podemos utilizar outras técnicas, como a toxina botulínica, que contribui para a suavização de linhas de expressão e correção do ângulo das sobrancelhas, e fios de ácido polilático, que são inseridos sob a pele para promover efeito lifting sem a necessidade de cirurgia”, diz o presidente da BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons).

Os procedimentos realizados para a harmonização facial são temporários, perdem seus efeitos com o passar dos meses, sendo necessária uma nova intervenção. Além disso, a BAPS ressalta que a harmonização facial, por ser realizada sem cirúrgias, possui limites quanto ao que é capaz. Por exemplo, intervenções estruturais não são possíveis. Extrapolar esses limites pode resultar em exagero e insatisfação. “A escolha entre harmonização facial e procedimentos cirúrgicos depende dos objetivos do paciente. Não é incomum, por exemplo, começar com a harmonização facial antes de optar por uma cirurgia plástica. O importante é conversar com seu cirurgião sobre suas expectativas para que juntos cheguem escolham a melhor opção”, reforça o Dr Daniel Botelho.

A BAPS alerta que, devido à popularidade do procedimento, muitos lugares oferecem harmonizações faciais por preços mais baratos, mas que não são realizadas por profissional devidamente certificados, o que pode causar sérias complicações, principalmente pelo fato de o rosto ser uma região altamente vascularizada. “Para evitar colocar a saúde em risco, é fundamental que você se certifique de que o procedimento será realizado por um profissional especializado, que deve possuir habilitação e credenciais para execução segura do procedimento. Para ter certeza disso, uma boa dica é verificar se o profissional conta com RQE, que é o registro de qualificação de especialidade do médico. Além disso, vale a pena também procurar por outras pessoas que já tenham passado por procedimentos com o seu médico e verificar qual foi a experiência delas”, finaliza o presidente da BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons).

Instagram: @baps.aesthetic

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