segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mitos e Verdades sobre prótese de silicone


A cirurgia de implante mamário é a colocação de prótese de silicone na região da glândula mamária, para corrigir alterações estéticas ou melhorar o aspecto dos seios. O implante mamário representa 21% de todos os procedimentos de natureza estética, realizados de 2007 a 2008 no Brasil, de acordo com dados da pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Instituto DataFolha. 

“A mamoplastia de aumento é realizada pela colocação de próteses. Temos que visar a melhora na harmonia entre forma e volume das mamas, em busca do equilíbrio entre aumento e suspensão, para mamas caídas”, relata o especialista Dr. Alexandre Munhoz, Membro Especialista e Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Atualmente, existem vários tipos de próteses que se mostram mais seguras dos que os modelos utilizados há 10 anos. A nova geração de implantes também proporciona resultados mais duradouros e naturais. Quanto aos tipos, elas podem ser de gel de silicone ou de solução salina, com invólucro de material liso ou texturizado, ou ainda, podem ser recobertas por uma camada de poliuretano. Hoje as mais utilizadas são de silicone texturizado, porém o tipo e o tamanho da prótese devem ser definidos com o cirurgião.

Na entrevista com o Dr. Alexandre Mendonça Munhoz, desmistificamos algumas questões que envolvem o assunto. Confira!

A mamoplastia de aumento é indicada para todas as mulheres com seios pequenos?
Sim, de maneira geral. Todavia, os aspectos relacionados ao volume mamário inicial, antes do procedimento, e ao desejado pela mulher devem ser avaliados de maneira criteriosa. Em algumas situações, nas quais existe presença de tecido mamário associado com certo grau de ptose (queda da mama), pode-se apenas reposicionar a mama, sem a necessidade de implante de silicone.

Como é à escolha do formato e do tamanho da prótese?
Deve-se optar por implantes modernos e que apresentem características, como coesividade e revestimento texturizado de última geração. Normalmente, a paciente relata seu desejo e sua idéia de mama ideal ou de imagem corporal. Em seguida, calculamos de maneira objetiva a largura (base) e a altura da mama, com o intuito de determinar as possibilidades de volume de implante para aquela anatomia específica. Vale salientar que cada mulher tem uma anatomia individual e com valores próprios de base e altura. Além disso, usamos a prova de moldes.

As próteses mais modernas devem ser substituídas com 10 anos de uso?
Nenhum implante mamário de silicone é vitalício e como qualquer material sintético sofre um desgaste natural com o passar dos anos. Alguns estudos que avaliaram os implantes de última geração demonstram bons resultados em períodos superiores a 10 anos. Modelos mais recentes mostram resultados seguros com 15 a 20 anos na maioria das pacientes e isto é proveniente da evolução do revestimento dos implantes e da qualidade do silicone gel. Com o passar dos anos, é importante a paciente realizar acompanhamento com seu cirurgião plástico para determinar a época da substituição.

A prótese pode estourar ou explodir com sofrer um impacto brusco?
Há relatos esporádicos de ruptura do implante pós-trauma externo, como quedas de grande altura ou impacto de material em alta velocidade. Em sua maioria são implantes antigos, já com desgaste natural e que possuíam um número menor de camadas de revestimento. Todavia, em condições normais e sendo o implante de última geração a probabilidade deste evento ocorrer é praticamente nula. Vale lembrar que ainda existem implantes salinos (preenchidos com soro), muito utilizados nos EUA, e que apresentam o risco de ruptura e saída do soro fisiológico.

A colocação de próteses interfere no exame do toque? Quem tem prótese é mais propensa a desenvolver o tumor?
Em relação à cirurgia de aumento de mama, vários trabalhos científicos que avaliaram mulheres com e sem implante de silicone mostraram que a incidência de câncer de mama é semelhante nos dois grupos avaliados e não há qualquer relação entre o implante e o desenvolvimento do câncer.

É mais difícil realizar mamografia em quem usa prótese nos seios?
Existe a necessidade de aparelhos e posicionamento especial de modo a deslocar a prótese da frente da mama e desta forma permitir uma adequada visualização do parênquima mamário. Atualmente, em bons centros de radiologia e com técnicos preparados e radiologistas experientes, a dificuldade de posicionamento e visualização ocorre em uma porcentagem mínima de mulheres.  Agora, com a maior experiência nas cirurgias plásticas de mama e a utilização de outros exames em associação com a mamografia, como o ultrassom e a ressonância magnética, este aspecto negativo é desprezível. 

No tratamento do câncer de mama a prótese de silicone pode atrapalhar?
De maneira geral não. Atualmente, a prótese de silicone é uma das principais técnicas de reconstrução mamária empregada após a retirada do tumor. Em algumas situações, existe a necessidade de um maior planejamento técnico e pode existir a necessidade de troca desta prótese e simetrização com a mama contra-lateral. Todavia, o tratamento é semelhante ao realizado em pacientes sem implantes.

Perfil
Alexandre Mendonça Munhoz – é cirurgião ´plástico, graduado pela Faculdade de Medicina da USP. Com Mestrado e Doutorado em Cirurgia Plástica na área de Cirurgia Mamária pela Faculdade de Medicina da USP. É Membro Especialista e Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e participa do corpo clínico dos Hospitais Sírio-Libanês, Albert Einstein, Oswaldo Cruz e São Luiz.

www.cirurgiaoncoplastica.blogspot.com